A Casa

dentro daquela casa fria
o amor reinava quente
os amantes eram ardentes
os inimigos distantes
os dias corriam calmos
as noites convidativas
e homens famintos
alimentavam mulheres fogosas
do amor que latejava em seu ser

dentro daquela casa fria
o corpo dissipava calor
a alma elevava
e revelava essência

doçura
amargor
volúpia
confundiam-se
num emaranhado de sensações
de emoções
e pensamentos

dentro daquela casa fria
tudo vivia
tudo era novo
renovado
a todo instante

dentro casa fria
não morava ninguém
todos eram apenas andarilhos
de um mundo sem rumo
sem prumo
sem ão

Estêvão Cruz, 23/2/8

2 comentários:

Anônimo disse...

E quem pode não garantir que somos todos andarilhos e esta casa é o mundo,,,frio pois o mundo se tornou um coração gelado que arde apenas por desejos e sentimentos,,,


Voltarei mais,,,beijos!

Lucas Pereira disse...

Interessante o jogo de oposições, quente-frio, dentro-fora entre outros.
Uma visão singular do que é o "objeto" casa sem plágios. Interessante, isso prova que ainda há muita poesia a ser feita sobre os velhos temas.